sábado, 8 de dezembro de 2012

Perdi meu bebê, fiquei confusa e criei um blog

Há muitos anos pensei em ter um blog, mesmo achando isso trabalhoso e egocêntrico. Mas nunca consegui pensar exatamente no que dizer por aí. Não que eu fale pouco, mas há de haver um sentido maior, não? Até que neste ano, de 2012, tanta coisa aconteceu e isso me trouxe até aqui. Cá estou, ainda sem ter certeza se fará algum sentido levar a ideia adiante. Mas, felizmente, eu nunca tenho certeza de nada, então vamos experimentar...

Desde que fiz 30 anos, em 2011, o "sininho" da maternindade começou a bater na minha cabeça. Então eu e meu marido nos preparamos para isso e em outubro deste ano descobrimos que estávamos grávidos. Uma alegria que sentímos durante apenas 40 dias, até descobrir que o coraçãozinho do nosso neném havia parado. Foi muito triste, mas nos esforçamos para entender que boa parte das gestações realmente não vai para a frente e aceitamos o destino.

Porém, além de perder o bebê, continuo caindo em uma série de "exceções": tive um aborto retido, que meu organismo jamais expeliu; tive que usar medicamentos fortíssimos, que não fizeram o efeito esperado; tive que fazer uma curetagem, que não limpou meu útero por completo; e agora estou em mais uma etapa de tratamento que, no mínimo, ainda vai durar mais ou menos uns dois meses. Segundo meu médico, não é nada grave, que eu deva me preocupaaaaaaaar. Mas tudo isso colocou minha cabeça para funcionar a uma velocidade tão grande, que preciso organizar as ideias (e às vezes compartilhá-las, mesmo que seja com a "escuridão" de um blog).

Vieram sensações que eu simplesmente preciso colocar para fora, em algum lugar. E ideias que eu preciso dar um jeito de colocar para dentro da minha caixola. Não que eu concorde que um blog seja o espaço ideal para desabafar ou algo do gênero, tampouco que isso vá interessar a mais alguém. Mas porque em meio a toda essa história, após alugar por horas e horas os ouvidos dos meus amigos e familiares, passei a procurar também na internet espaços, histórias, palavras que me ajudassem. Raramente encontrei. A maior parte do que li mais me confundiu do que meu ajudou. Foi aí que concluí que eu jamais encontraria, pronto e embalado, o conforto que procurava. Pois cada caso é um caso e eu mesma vou ter que entender o meu.

E aqui vim, com meus devaneios, tentar decifrar a mim mesma por meio da escrita. Espero que a história que contei rapidamente nesse post - e pretendo detalhar melhor nos próximos - seja temporária e fique logo no passado. E que, se a experiência desse blog se mostrar interessante, eu possa continuar falando de outras coisas, outras histórias, outras dúvidas, mais curiosas, mais alegres, enfim. Se, por um acaso do destino, algo disso tudo um dia interessar a alguém, sua leitura e interação serão bem-vindos.

Leia também: Pressentimento, medo da perda ou pessimismo?

3 comentários:

  1. Eu passei pelo mesmo que vc a 2 meses atrás e esta sendo muito difícil .Mas acompanhar a sua historia esta sendo um conforto pra mim , ver que esta dando td certo agora me faz ver que pode dar certo pra mim também ,obrigada por compartilhar e que Deus continue te abençoando !!!!

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