quinta-feira, 25 de julho de 2013

Anticoncepcional: do total equilíbrio às emoções à flor da pele

No ano passado, eu engravidei logo depois que comecei a tentar. Havia interrompido o anticoncepcional poucos meses antes e nas vésperas de descobrir que estava grávida percebi minhas emoções à flor da pele. Assim foi durante os meus dois meses de gestação... Ficou muito mais fácil me emocionar, e me irritar também. Lembro de um dia ter ido à lanchonete para comprar umas esfihas meio caras e, em casa, percebi que recebi menos do que paguei. Senhordocéu! Liguei na lanchonete dando uma bronca daquelas. Já estava de pijama quando dei falta das esfihas e, não satisfeita com a reclamação telefônica, me vesti de novo e fui na lanchonete buscar o que faltava. Em qualquer outra época, eu teria ficado brava, mas com preguiça de voltar lá. Entre meus amigos, sou famosa por não dar barraco, ter sangue-frio (ou de barata), ser um poço de equilíbrio.

Lembro também que, quando estava grávida, me sentia mais ansiosa, mais animada, querendo fazer novas coisas, sair mais, viver mais. Reclamei com meu marido sobre o tédio da nossa rotina e coisas do gênero. Enfim, eu estava mais estriquinada que o normal. Nós dois concluímos que aquilo era obra da bomba hormonal que circulava no meu corpo por causa da gravidez. Mas essa fase passou. Eu perdi o bebê e, por conta do tratamento de “limpeza” do meu útero, voltei a tomar o comprimido, pois não deveria engravidar naquele momento, até segunda ordem do médico.

Pois bem! Passados os meses de tratamento, ganhei alta do médico e interrompi o anticoncepcional mais uma vez. E, adivinhem? Estou estriquinadérrima de novo, mesmo sem estar grávida. Choro mais fácil, me irrito mais fácil, tenho energia sobrando e gana de fazer algumas coisas novas da vida. Foi aí que me caiu a ficha. Creio que, tanto agora quanto no ano passado, o que pode ter mudado a minha sensibilidade é a interrupção do anticoncepcional. Afinal, querendo ou não, a pílula controla nossas taxas hormonais, certo? Ela faz com que os hormônios sigam um caminho minuciosamente planejado, sem sair da linha um dia sequer, não é?

Seria o anticoncepcional o meu “mata-leão”? É ele que mantém aquela pessoa zen, equilibrada e insossa que meus amigos conhecem? Eu sei (e sinto) que ele interfere na libido – no meu caso, diminui quando tomo. Mas agora estou com a nítida impressão de que sou uma com ele, outra sem ele. Ou sou apenas uma maluca que não fala coisa com coisa?

Leia também: O medo da perda e os três primeiros meses de gravidez

2 comentários:

  1. kkkk se você for maluca, então somos duas!
    De fato o antibaby tem os mesmos reflexos em mim. Mas o que eu mais notei, estando grávida, foi que eu estava me sentindo muuuito poderosa e isto eu sei, não teve nada a ver com a pílula. Poder no sentido de que nada me afetava mais. O mundo podia cair bem do meu ladinho, nada me derrubava. A perda pra mim foi como criptonita no super homem, voltei a ser uma pessoa normal rsrs

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  2. Olá, De tudo um pouco...! Também senti essa "força de leoa" (kkk) quando estava grávida. Muito louco isso, né? Bom saber que não sou a única "maluca" por aqui (kkk). Beijos

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